Artigo do meu doutorado: Os ângulos tomográficos do impacto femoroacetabular são associados com a análise histológica das lesões do lábio acetabular? Um estudo cadavérico

Artigo do meu doutorado: Os ângulos tomográficos do impacto femoroacetabular são associados com a análise histológica das lesões do lábio acetabular? Um estudo cadavérico

Este artigo é fruto da minha dissertação de doutorado na USP

Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre ângulos tomográficos do impacto femoroacetabular e a avaliação histológica de lesões do lábio acetabular. Os autores hipotetizaram que cadáveres apresentando morfologias tipo came e pincer apresentariam uma maior prevalência de lesão do lábio acetabular

Métodos: Vinte cadáveres frescos foram submetidos a tomografia computadorizada. Ângulos habituais de impacto femoroacetabular foram medidos; incluindo o ângulo alpha, versão femoral, versão acetabular, ângulo de Tonnis e ângulo centro-borda. A lesão tipo came foi definida como ângulo alpha maior que 50°. A lesão tipo pincer foi definida como um ângulo centro-borda maior que 40°, um ângulo de Tonnis menor que 0° ou versão acetabular menor que 0°. Após dissecção, 3 fragmentos de cada acetábulo, correspondendo ao rebordo acetabular ântero-superior, superior e póstero-superior, foram obtidos. Estes fragmentos foram submetidos a preparação histológica habitual. Cada lâmina foi avaliada quanto a possível lesão labial. Lesões foram classificadas de acordo com a classificação de Seldes.

Resultados: A idade média dos cadáveres foi 50.2 anos (DP:7.4; 13 masculinos). Dezesseis (80%) dos cadáveres apresentaram lesão tipo came, e 8 cadáveres (40%) apresentaram uma lesão tipo pincer. Histologicamente, 16 (80%) dos cadáveres apresentaram lesão labial em pelo menos uma região. De acordo com a classificação de Seldes, 60.7% e 28.6% destas lesões labiais foram tipo 1 e 2, respectivamente. Um tipo de lesão do lábio acetabular mista (10.7%) foi encontrada e descrita. Cadáveres com uma lesão do lábio acetabular apresentaram um ângulo alpha maior que os outros cadáveres (53.29° vs 49.33°, p=0.01). Lesões tipo pincer não foram associadas a lesões do lábio acetabular. Não encontramos associação entre lesões tipo pincer ou came e classificação de Seldes.

Conclusão: Cadáveres apresentando ângulos alpha maiores apresentaram maior incidência de lesões do lábio acetabular. Não foi encontrada associação entre impacto femoroacetabular e a classificação de Seldes

Relevância clínica: Este estudo demonstrou uma prevalência alta de abnormalidades relacionadas ao impacto femoroacetabular associada a alterações histológicas em uma amostra da cadáveres. Lesão articular pode estar presente em estágios iniciais do impacto femoroacetabular.

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