Artigo sobre tratamento do impacto femoroacetabular e lesão do lábio acetabular com fisioterapia

Artigo sobre tratamento do impacto femoroacetabular e lesão do lábio acetabular com fisioterapia

Na edição deste mês da revista científica American Journal of Sports Medicine foi publicado o artigo “Nonoperative management of femoroacetabular impingement”.  Os pesquisadores avaliaram os resultados do tratamento não cirúrgico do impacto femoroacetabular e da lesão do lábio acetabular.

 

Foram estudados 93 quadris de 76 pacientes entre 10 e 21 anos com dor no quadril diagnosticados com impacto femoroacetabular e lesão do lábio acetabular. Os pacientes foram orientados a realizar um período de repouso de atividades esportivas por 6 semanas e encaminhados para fisioterapia. O foco principal foi a estabilização do core (musculatura central). A medida que os pacientes melhoravam os sintomas, a atividade esportiva era re-introduzida lentamente. Os pacientes eram desencorajados a realizar atividades com flexão profunda do quadril. Se eles não melhorassem com este tratamento inicial, era oferecido a eles uma infiltração (injeção) intra-articular (dentro do quadril) de corticóide. Casos que não melhoraram após a fisioterapia e infiltração foram submetidos a correção cirúrgica através da artroscopia do quadril.

 

Após um acompanhamento mínimo de 2 anos 69.9% dos quadris foram tratados com fisioterapia e descanso, 11.8% dos quadris necessitaram de infiltração  mas não foram submetidos a cirurgia, e 18.3% dos quadris necessitaram de artroscopia. Não houve diferença clínica, avaliada pelo escore clínico Harris Hip Modificado entre os 3 grupos. Como conclusão, mais de 80% dos pacientes foram tratados sem cirurgia.

 

Pessoalmente acredito na possibilidade de tratamento do impacto do quadril sem cirurgia. Costumo sempre indicar para meus pacientes um período de reabilitação antes de indicar um procedimento mais invasivo. Mesmo que o paciente necessite de cirurgia, este tempo não será perdido. Um paciente com melhor força muscular reabilitará mais rapidamente após a cirurgia. A dúvida que fica é se estes pacientes que não foram operados terão maior chance de desenvolver artrose (desgaste) precoce do quadril. Ainda não temos esta resposta, e apenas com o acompanhamento destes pacientes por tempo maior poderemos chegar a uma conclusão.

Confira o artigo completo

Protocolo de fisioterapia utilizado pelos pesquisadores

Pennock, Andrew T., James D. Bomar, Kristina P. Johnson, Kelly Randich, and Vidyadhar V. Upasani. 2018. “Nonoperative Management of Femoroacetabular Impingement: A Prospective Study.” The American Journal of Sports Medicine 46 (14): 3415–22.