Microinstabilidade do quadril: uma causa pouco conhecida de dor

Microinstabilidade do quadril: uma causa pouco conhecida de dor

A micronstabilidade do quadril é uma doença que foi descrita recentemente. Ela é causada por uma frouxidão dos ligamentos do quadril, principalmente do ligamento da frente, conhecido como iliofemoral. Não se sabe ao certo a causa desta frouxidão mas ela ocorre em pacientes com frouxidão ligamentar generalizada (pessoas com muito alongamento), e pessoas que praticam atividades físicas com muita extensão e rotação do quadril, como o ballet.

A microinstabilidade do quadril é muito mais frequente em mulheres. A queixa principal é dor. A paciente também pode sentir o quadril desencaixado, ou que o quadril sai do lugar. Estalos também são frequentes.

O diagnóstico é feito com a história, exame físico, radiografia e ressonância magnética. O tratamento inicial é feito com repouso, medicações anti-inflamatórias e fisioterapia. Na fisioterapia, o foco principal é o fortalecimento muscular, que ajudará na estabilização pélvica e do quadril. Na falha do tratamento conservador, está indicada a cirurgia. Na artroscopia do quadril a lesão do lábio acetabular (que normalmente acompanha a microinstabilidade) é reparada. Em pacientes que possuem impacto femoroacetabular associado à microinstabilidade, as deformidades são corrigidas. Por fim, uma plicatura capsular trata a microinstabilidade através do retensionamento dos ligamentos do quadril.

A microinstabilidade foi o principal foco do meu pós-doutorado ano passado em Stanford (EUA). Publicamos um artigo sobre a microinstabilidade na Newsletter da ISAKOS (Sociedade Internacional de Traumatologia Esportiva) que está anexado nesse post. Também estudamos os resultados do tratamento nã0-cirúrgico da microinstabilidade, e os resultados clínicos após 5 anos do tratamento cirúrgico. Mais de 60% dos pacientes foram tratados com sucesso com a fisioterapia, sem necessidade de cirurgia. Os resultados clínicos do tratamento cirúrgico se mantém excelentes após 5 anos de acompanhamento.

Artigo na Newsletter da ISAKOS (página 34)